Eu estava lembrando o Filme
cidade dos anjos, que contando bem resumidamente é a história de um anjo que se
apaixona por uma médica e renuncia sua vida plena e todos os dons para viver um
grande amor ao lado dela. Depois de ter se tornado humano e passado uma única
noite ao lado dela, acontece um acidente e fatalmente ela morre. Lógico que ele
ficou extremamente triste e é uma das cenas mais tocantes de filme que eu já
assisti, mas o que eu acho esplêndido nesse filme é quando perguntando se ele
renunciaria a vida de anjo mesmo sabendo que ela morreria, e ele respondeu: “- Prefiro
uma vida inteira tendo tocado cada parte dela, do que a eternidade sem sentir o
amor...”
E é esse o trecho de filme que
mais falou comigo até hoje. Em partes porque eu sou marruda demais pra assumir fraquezas,
e em partes porque eu sempre senti dessa forma meio louca e inconsequente, mas
cheia de beleza e magia.
No último ano eu tenho aprendido
a ser mais leve, e isso tem me feito enxergar que amor não se exige, não se
revoga, não se pede. Esse tipo de sentimento tem a pretensão de ser eterno, a
obrigação de ser leve e a contradição de não obedecer a regras. Acredito que o
segredo maior desse filme é que o personagem não viveu aquela única noite
caindo nas ciladas dos planos terrenos – ele simplesmente amou a mulher dona de
seu afeto justamente como se não houvesse amanhã e no final de tudo, apesar da
tristeza pela morte, ele teve a total certeza de que foi o melhor.
Bom, acho que essa é a minha lição do dia: Amar sem planos, sem reservas. Apenas sentir.
(pode parecer loucura, mas neste
exato momento comecei a sentir o cheirinho do homem a quem dedico afeto. Será que
é ele ou esse cheiro já voltou a tomar conta de mim? rs)