É de você que eu lembro sempre. Da nossa história torta, cheia de erros, mentiras e amor.
É de você que eu lembro sempre, de quando você me esperava em casa, na cama ou na vida. É de você que eu lembro sempre, daquele seu perfume barato, daquele seu sonho parado, daquele seu jeito amável. É de você que eu lembro sempre, da sua ausência perdida, da sua cara sentida, do seu mundo partido. É de você que eu lembro sempre, sua sua família problemática, da sua conversa exagerada e dos seus amigos banais. É de você que eu lembro sempre, do seu abraço sincero, do seu olhar de mistério, da cumplicidade infinita. É de você que eu lembro sempre, da sua incompreensão consentida, da rua risada perdida, da sua mentira bonita. É de você que eu lembro sempre, da irresponsabilidade descarada, da coragem declarada, da sua fuga programada. É de você que eu lembro sempre, das noites mal dormidas, do sonho de uma vida, da capacidade de continuar. É de você que eu lembro sempre, na fila do supermercado, na escolha de livros baratos, no jeito de sentir. É de você que eu lembro sempre, nas festas de família, na saudade da rotina, no dia amanhecer. É de você que eu lembro sempre, na música não declarada, na mensagem não enviada e na verdade entalada. É de você que eu lembro sempre, no coração de verdade, na briga por qualquer vaidade e nas loucuras da cidade. É de você que eu lembro sempre, na roupa que vou escolher, na aventura que vou viver e no vazio que vai conter. É de você que eu lembro sempre, na idéia de amor da vida, na desesperança nela contida, na capacidade de se surpreender. É de você que eu lembro sempre na infantilidade exacerbada, na atitude desequilibrada, na falta do que fazer. É de você que eu lembro sempre, na transferência de responsabilidade, na carência de diversidade, na essência de liberdade. É de você que eu lembro sempre, no filme que passa na tevê, naquela história que a gente lê, naquilo que eu vejo acontecer. É de você que eu lembro sempre, na vontade de compartilhar o meu dia, na paz quando a gente sorria, na falta de companhia. É de você que eu lembro sempre, nas reuniões que você não ia, na falta que você fazia e no buraco que me conduzia. É de você que lembro sempre, quando vejo minha coragem, quando sinto de verdade, quando apago as imagens. É de você que eu lembro sempre quando revejo qualquer foto, quando vivo um negócio, quando penso no próximo. É de você que eu lembro sempre, na inconstância de propósito, na falta de um motivo, em um dia sem sentido. É de você que eu lembro sempre, quando a cama está fria, quando a casa está vazia, quando quero companhia. É de você que eu lembro sempre, quando o estômago tá revirado, quando preciso de cuidado, quando preciso de amor. É de você que eu lembro, quando a casa está em paz, quando loucura não a mais, quando a palavra vem a tona. É de você que lembro sempre, quando penso em inocência, quando vejo impaciência, quando sinto solidão. É de você que lembro sempre, quando encontros seus amigos, ou um caso mais antigo, quando encontro uma distração. É de você que eu lembro sempre que a casa está em ordem, que a vida me trás sorte, quando tem menos confusão. É de você que eu lembro sempre, quando penso nos meus erros, quando encontro meus acertos, quando me conformo com a situação. É de você que eu lembro sempre, nos livros mais antigos, no romance escondido entre ciência e ficção. É de você que eu lembro sempre, na piada engraçada, na pessoa sarcástica, na autêntica confusão. É de você que eu lembro sempre na minha louca liberdade, na vida de bondade, na eterna satisfação. É de você que eu lembro, quando testo sedução, quando morro de emoção, quando quero uma paixão. É de você que eu lembro, quando a cerveja está gelada, quando a cerveja acaba, quando falta coração. É de você que eu lembro sempre, no vazio infinito, na ausência de um atrito, na desordenada confusão. É de você que eu lembro sempre, no email que eu recebo, na falta de um segredo, na voz do coração. É de você que eu lembro sempre, quanfdo vejo a vida mais bonita, quando penso se valia aquele tempo de aflição. E de você que eu lembro, quando penso em injustiça, quando lembro as armadilhas em que você deixou meu coração. É de você que eu lembro sempre, que eu penso em ingratidão e na falta de compreensão nas decisões que sempre estiveram em sua mão. É de você que eu lembro sempre, quando se fala de atenção, e na falsa sensação que eu senti em suas mãos. É de você que eu lembro sempre, quando penso no futuro, quando te vejo inoportuno para me acompanhar na mutação; É de você que eu lembro sempre, quando vejo amanhecer, quando vejo o sol morrer, quando lembro o que você me fez sofrer. É de você que eu lembro sempre, que eu quero conversar, quer eu quero desabafar sem alguém pra me julgar. É de você que eu lembro sempre, que eu vejo o amor morrer, que eu vejo entardecer e que eu não tenho pra onde correr.
É de você que eu lembro sempre...
... Lembro e não quero mais.