Uma vontade
de gritar que a vida não é justa, e que o a sexta-feira pode ir à merda já que
levaram vocês, que o tempo pode muito bem voltar pra uma das madrugadas em que
nos encontrávamos perdidos por aí, para alguma sexta-feira, alguma festa. Que o
tempo pode muito bem voltar pra quando éramos mais próximos. Mas o tempo não
volta, o abraço que dei semana passada (será que dei mesmo a porra do abraço?)
foi muito pouco.
Sobra a dor de quem ficou, a certeza de que vocês passaram a
iluminar uma nova dimensão. E a lágrima parece pesada, no fundo ainda não dá
pra acreditar...
Hoje, sexta-feira, e o nosso encontro não teve risadas, nem
comemorações, nem cervejas. Dessa vez só houve uma triste e silenciosa
despedida.
Que te cuidem bem Pedro Turquetti e Pedro Mattos!
Descansem
em paz!
“...Antecipaste
a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter
feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não
ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para
sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar
de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre
certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não
previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de
indagar porque o fizeste, porque te foste..."
-
Drummond