Eu me perguntava a todo instante como havíamos chegado ao fim. Quando havíamos chegado ao fim. E porque havíamos chegado ao fim.
Amor de verdade não é eterno? E se aquilo não era amor de verdade, eu não sei mais o que sentir.
Só sei que a cada dia, nos desconhecíamos. Nós nos distanciávamos de maneira dolorosamente irreversível. Não havia mais assunto, o toque era evitado, o contato doía, a aproximação martirizava. De que adiantaria, agora, dizer tudo que estava preso na garganta? De que adiantaria, agora, querer consertar?
O abismo foi instalado, o abandono foi proposital. O esquecimento, opcional. Na primeira fragilidade a história foi abandonada por ambos, como se fosse um daqueles livros que paramos na metade. E paramos na metade por dois motivos: 1 - Porque não estamos maduros para entender o livro. 2 - Porque o livro é chato demais! E qual desses motivos será que foi nossa causa?
Rezo pra que apareça uma luz, e que eu me encontre. Dentro de mim.
"My dear
The end
Comes near
I'm here
But no much longer..."