Não
resisti. Tive que ir fuçar fotos nossas... Afinal, fossa sem foto não é fsossa,
e todo ser humano que se preze precisa viver uma fossa bem vivida.
Lembrei que
apesar das adversidades, a gente sempre era companheiro. Lembrei das festas nas
compras no supermercados. Lembrei dos dias que não tínhamos um centavo no
bolso, tínhamos apenas um ao outro e DVD’S velhos, numa cama velha. Lembrei
daquele Ano Novo que não tínhamos nada na geladeira, não havia nada aberto e
provavelmente passamos a maior fome da história. Lembrei de quando escondíamos seu
carro atrás do pronto socorro pra que meu pai não nos descobrisse no nosso
esconderígio secreto. Lembrei do frio na barriga que surgia sempre que você me
chamava de: “Minha pequena, Minha linda!”, lembrei do quanto sua cara de
preguiça era linda. E do quanto fazíamos nossos momentos se perpetuarem.
Lembrei do nosso abraço... E de como se encaixavam... Lembrei do nosso beijo e ânsia
de entendimento... Lembrei de quando confidenciamos nossas dores e incertezas,
e de quando curamos nossos desejos e anseios por amor. Lembrei das nossas
brigas (tão sem necessidade) e de como sempre dávamos um jeito de cuidar um do
outro. Lembrei daquele azulejo da cozinha que você escolheu pensando em mim.
Lembrei de quantas noite viramos acordados falando sobre a vida, nossas vidas e
o que deveríamos fazer. Lembrei das minhas tentativas (falhas) de cozinhar,
Lembrei de quando você, meio sem jeito, queria dizer o quanto queria algo novo.
Lembrei do quanto você foi egocêntrico e do quanto fui injusta. Lembrei também
daquele dia que fui rolando do sofá pro colchão. Lembra o quanto você amou
aquilo? Lembra o quanto dias dormimos naquele colchão, na sala, abraçados pra se
proteger do frio?! Lembro do nosso frio.
Lembro de
quanto a gente meio que se compartilhou, se conheceu,se moldou. Meio que se
moldou para o fim.
Lembro que
você errou muito, mas eu te amava demais para perceber. Lembro que quando você
mudou para “nós”, eu estava cega demais pra perceber e também errrei muito.
Lembro o quanto, no último ano, fui culpada por desistir de você e também
lembro o quanto nos anos anteriores você abusou do meu “não entender”.
Eu lembro.
E minha vida é lembrar... E não querer..