domingo, 21 de setembro de 2014

Lembrança



Não resisti. Tive que ir fuçar fotos nossas... Afinal, fossa sem foto não é fsossa, e todo ser humano que se preze precisa viver uma fossa bem vivida.

Lembrei que apesar das adversidades, a gente sempre era companheiro. Lembrei das festas nas compras no supermercados. Lembrei dos dias que não tínhamos um centavo no bolso, tínhamos apenas um ao outro e DVD’S velhos, numa cama velha. Lembrei daquele Ano Novo que não tínhamos nada na geladeira, não havia nada aberto e provavelmente passamos a maior fome da história. Lembrei de quando escondíamos seu carro atrás do pronto socorro pra que meu pai não nos descobrisse no nosso esconderígio secreto. Lembrei do frio na barriga que surgia sempre que você me chamava de: “Minha pequena, Minha linda!”, lembrei do quanto sua cara de preguiça era linda. E do quanto fazíamos nossos momentos se perpetuarem. Lembrei do nosso abraço... E de como se encaixavam... Lembrei do nosso beijo e ânsia de entendimento... Lembrei de quando confidenciamos nossas dores e incertezas, e de quando curamos nossos desejos e anseios por amor. Lembrei das nossas brigas (tão sem necessidade) e de como sempre dávamos um jeito de cuidar um do outro. Lembrei daquele azulejo da cozinha que você escolheu pensando em mim. Lembrei de quantas noite viramos acordados falando sobre a vida, nossas vidas e o que deveríamos fazer. Lembrei das minhas tentativas (falhas) de cozinhar, Lembrei de quando você, meio sem jeito, queria dizer o quanto queria algo novo. Lembrei do quanto você foi egocêntrico e do quanto fui injusta. Lembrei também daquele dia que fui rolando do sofá pro colchão. Lembra o quanto você amou aquilo? Lembra o quanto dias dormimos naquele colchão, na sala, abraçados pra se proteger do frio?! Lembro do nosso frio.


Lembro de quanto a gente meio que se compartilhou, se conheceu,se moldou. Meio que se moldou para o fim.


Lembro que você errou muito, mas eu te amava demais para perceber. Lembro que quando você mudou para “nós”, eu estava cega demais pra perceber e também errrei muito. Lembro o quanto, no último ano, fui culpada por desistir de você e também lembro o quanto nos anos anteriores você abusou do meu “não entender”.


Eu lembro. E minha vida é lembrar... E não querer..

Sobre as vantagens (e desvantagens) de escolher

Eu não quero terminar aquele filme que eu meio que gostei agora, não quero parar de gostar dele. Eu não quero ler o final daquele livro que eu meio que gostei agora, não quero cansar dele. E é isso que estou fazendo com tudo que gosto na minha vida: não vivendo pra não para de gostar. Freud explica?!
Nem eu explico. Sou adepta ao sentir sem medo, viver sem receio, se jogar sem amarras. Acredito na vida, no amor e nas possibilidade de recomeço. Mas... Simplesmente não flui.
Meio que canso de tudo, fico sem paciência, sem vontade ou persistência.

Será medo? Será falta do tal do "Q"? Será orgulho? Será aquela história antiga? Será aquela (não) história atual?! Será que será?... ou será que de fato nada disso é pra ser? E finalmente, o que é pra ser a gente escolhe ou já vem escrito na nossa vida (ou destino)?

Clarice Lispector falava assim: "Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais.Não me é necessária. Assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui . Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira perna me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, sem sequer precisar me procura"

Me livrei do tripé, andei, conheci caminhos e lugares novos que precisavam ser experimentados, munida apenas de minha própria companhia. Era assim que tinha que ser. Era assim que eu quis (e escolhi) que fosse. Mas como ser um tripé que caminha?! Como deixar alguém participar dessa coisa que chamo de vida, sem perder a essência?! Como criar raiz e permanecer em movimento? Como ser dois sem deixar de ser um?!


Sempre que a gente escolhe algo, está disposto abrir mão de outra coisa tão importante quanto. Mas o que é fundamental para o nosso crescimento e essência? Como crescer sem se perder? Como pluralizar a singularidade das pequenas coisas que só percebemos em paz com nossos pensamentos?! Até que ponto a dúvida é sinal divino?


domingo, 7 de setembro de 2014

The end..

De repente eu sabia qual era a música certa. Tudo é sempre o fim. 


Ele era um amor, o meu amor. Mas não me preenchia mais, tive que deixa-lo. E hoje? Sigo a vida conforme os dias. Canto, danço, choro e dou gargalhadas. Rezo pra que Deus me mostre um caminho e me apego a qualquer pedacinho de fé.

Estar só é a coisa mais nova que já experimentei em toda a minha vida. Quando pequena tinha minha família e bastava, hoje a família continua bastando mas algo falta. Sempre namorei, sempre compartilhei a minha vida com alguém e pela primeira vez resolvi compartilhar comigo mesma. Tive que escolher entre a busca pelo verdadeiro EU ou um "amor" que... sei lá, já estava nocivo, e.. bem, minha escolha  não é difícil de adivinhar, afinal aqui estou né?!
Hoje, todos os dias tento ser mais filha dos meus pais e mias irmã da minha irmã. Busquei meus amigos, aqueles que mesmo eu me afastando nunca me abandonaram. Busquei Deus, como uma filha pródiga. Busquei redenção em todos os lugares que pudesse. Busquei a paz.
Eu encontrei a dor e descobri o que era solidão. Só eu sei o quanto doeu, e fez crescer. Eu quis parar, desistir... mas não podia, tinham pessoas que dependiam de mim (graças a Deus) e EU também dependia de mim, os meus sonhos dependiam das minhas escolhas. Eu deitei no chão em posição fetal e chorei toda a minha dor... Chorei da forma mais dolorosa do mundo e ainda assim não chamei ninguém porque eu precisava passar por aquele momento. Precisava do luto. Eu sabia que por mais que eu corresse ou fugisse, tudo me acompanharia, eu precisava encontrar um ponto de equilíbrio para tudo aquilo e deixar que o meu coração seguisse adiante. Que ele escolhesse o que fazer..

Minha vida mudou completa e repentinamente. Eu voltei a estudar e buscar pelos meus sonhos, voltei a ouvir as músicas que eu gosto, passei a frequentar os lugares que me apetecem, conheci lugares que eu queria conhecer, Trilhei uma linha. Segui adiante confirme mandava o roteiro. Estou feliz com isso, mas e agora?

Qual meu próximo passo?