terça-feira, 20 de agosto de 2013

por um segundo


Coisa de sentimento é coisa que dá dentro da gente e quando vamos ver, já foi. Não adianta dizer ou pensar no que é socialmente correto ou aceitável. Sentimento não tem explicação e quando ele nasce (pelo menos em mim) faz o corpo tremer e a cabeça questionar se vai aguentar.
Esses dias tenho conversado muito com um amigo, e eu sempre o vi como um amigo e queria continuar a ver. Ele tem a alma ferida, ele tem a confiaça abalada e eu, como boba que sou, me sensibilizo por todos esses aspéctos… Tenho a chata mania de acreditar que posso salvar os outros de seus prórpios abismos, e talvez essa seja uma forma de não enfrentar os meus, mas enfim.
Quero curá-lo, quero ajudá-lo a enxergar que a vida vale a pena, que o amor existe e que a esperança não deve morrer. Quero dizer que até hoje ele não encontrou a pessoa certa e que se a gente tentar, talvez eu seja a pessoa certa pra ele. Talvez eu seja a pessoa capaz de fazer ele feliz, que eu vou me esforçar ao máximo para minimizar as percas e danos que as outras possoas o causaram, e que apesar do meu jeito perdido, quando eu amo é pra valer. Quando eu quero, me perco. Quando eu sinto, é inteiro. Mas como posso falar que quero amá-lo? Como posso falar que quero tirá-lo do abismo, se eu mesma não consigo sair de meus labirintos?
Ele é bipolar e nunca gostei disso em ningué,, mas nele eu tolero, entendo e até aceito. Quero dizer pra ele que não quero os amigos dele, que eu só quero que ele me perceba. Nem precisa me amar, porque seria um amor impossível, pra mim só bastaria saber que ele se importa, e que está feliz.
Só quero que ele seja e esteja sempre feliz, igual quando está ao meu lado.


(- Esse texto foi escrito no sábado, 17, e eu me encontrava meio ébria. Entretanto...)

domingo, 11 de agosto de 2013

Quanto se perde?

Um dia uma amiga me disse que os relacionamentos eram baseados em conveniência e no momento eu impiedosamente contestei. Disse que de fato deveriam haver sentimentos para o relacionamento seguir adiante, disse-lhe que deveria haver lealdade, confiança e doação, eu acreditava que as pessoas eram capazes de amar acima de qualquer coisa, de amar por amar, de se doar incondicionalmente não por obrigação, mas por prazer. E hoje? Como eu posso contradizer minhas próprias verdades?
Me pergunto antes de dormir (quando eu me dou tempo e o direito de pensar) em que ponto da estrada eu perdi o controle, a fé na pureza? Em que ponto eu passei a desejar e acreditar em histórias de tirar o fôlego para todos que me cercam, excerto para mim? Em que momento eu passei a me conformar com o meio termo (logo eu, que sou adepta aos extremos)? Em qual etapa da vida em me perdi?
Me sobra cansaço e me falta sono, tenho medo de encarar o que meus sonhos vem em segredo mostrar. A disposição some a medida que penso, a agonia aparece a medida que percebo, a perturbação se exalta a medida que me acovardo.
É bom, mas não é o bastante. Falta a certeza que um dia existiu...Existiu e se perdeu, assim como a promessa da eternidade.
Um amigo me disse que "nunca" é muito tempo, será que o "pra sempre" também seria tempo demais? O que custa mais, a coragem de tomar as rédeas da situação ou tomar a decisão errada?
Quanto se perde? E as feridas que vamos causar, como se mede? E as feridas que nós nos causamos, como se curam?

hoje

Tem dias que a gente sente que a vida tá errada, que falta um motivo, uma motivação... Mas derepende não sabemos como tomar outro rumo. Como abandonar aquelas roupas usadas que tanto nos falam nos livros e poesias. Sabemos que precisamos mudar o estilo, mas não sabemos qual novo estilo nos cai bem, nos refugiamos em paixões passageiras e superficiais para não encarar de frente o problema maior, que exige coragem e força para a solução.
Temos uma calma vazia, que ora ou outra é substituída pela certeza de estar seguindo na contra mão.
Será que o amor existe mesmo? Será que é possível voltar no tempo e recuperar a inocência  perdida? Será que existe como desfazer um erro? Será que aquele frio na barriga pode voltar a surgir? e aquele antigo sonho de ser feliz, onde é que foi parar? Onde está aquela pessoa que de repente vai fazer o mundo parecer fazer sentido? Onde está o sentido de tudo?
A ansiedade que faz os dias serem mais lentos, a lentidão que faz a dor ser mais aguda. O coração que não para de pulsar, e pulsa no sentido contrário, trazendo um estranho avesso na alma.
O vazio que preenche, a procura que não cessa, o medo que se alterna com a eterna vontade de ser feliz.